segunda-feira, agosto 28, 2017

Seiva

Fazer uma vida crescer é absolutamente impagável...


... mesmo que seja dentro de um vasinho de planta!

quinta-feira, junho 29, 2017

A Ansiedade - Parte VI – Matemática Maquiavélica

       Há um texto chamado Silent Weapons for Quiet Wars” (datado de 1979) traduzido para o português como Armas Silenciosas para Guerras Tranquilas” - pode ser encontrado na íntegra e com explicações mais detalhadas de sua origem através desse link - Ele é controverso por não ter um autor identificado, porém um tanto curioso e convincente ao explicar modelos econômicos através da comparação com leis da física. Um texto recheado de equações matemáticas, gráficos e esquemas comparativos com as leis físicas da energia, que logo no primeiro parágrafo, sem rodeios, deixa claro que se trata de estudos de Engenharia Social com o intento de dominação das massas através da tecnologia. A data do texto coincide com os primeiros avanços de vulto quanto à criação de bancos de dados com maior capacidade de armazenagem de informações, e à partir do momento em que há coleta de dados suficientes, números, tem-se a possibilidade de cruzar informações, criar inimagináveis gráficos comparativos, definir padrões sociais e, voilà, prever e controlar esses padrões.


domingo, maio 28, 2017

Ansiedade - Parte V – Castelo de Cartas

Parte V – Castelo de Cartas


       Hoje em dia um bebê nem nasceu mas ele já tem 50 mil seguidores num Instagram. A gente brada um Bom Dia no Facebook, no Twitter, nos grupos de Whatsapp, mas não dá bom dia para o vizinho. Relacionamentos inteiros são expostos na rede, com grandiosas e exageradas declarações de amor em cada foto ou postagem, mas na intimidade um não confia no outro, segredos importantes são guardados do parceiro e uma relação vai sendo construída alicerçada em mentiras. 
       Ao invés de ajuda médica muitos expõem suas neuroses e depressões na timeline alheia. A caça por atenção sempre existiu, mas a internet possibilitou formas mais rápidas e doentias. Muita notícia boa e verdadeira se mistura com notícias falsas, com um sensacionalismo barato que subestima a capacidade das pessoas. Em época de Natal faz-se postagens lindas com textos imensos de bons votos, e marca-se mais de 200 pessoas, porque assim fica muito mais fácil e cômodo para desejar um “feliz-natal-e-próspero-ano-novo”. Mas quantos ainda compram cartões e se dão ao trabalho de colocar num envelope endereçado? Exclusividade é artigo de luxo hoje em dia.




quarta-feira, maio 10, 2017

Ansiedade - Parte IV - Michael

       Em fevereiro de 2016 conheci o Michael, e quando fomos trocar nossos contatos telefônicos, perguntei se eu também conseguiria achá-lo no Facebook. Ele me disse que não usava redes sociais. Rebati com, “e whatsapp, você usa?”, ele disse que não tinha sequer e-mail. Perguntei como é que ele fazia para se comunicar com as pessoas, ele colocou a mão no peito num gesto completamente inconsciente e me respondeu: “My contact is face to face. Puxa! Aquilo ressoou muito forte em mim. Michael mexeu com a minha vida de uma forma que ele sequer desconfia. 


sábado, abril 08, 2017

Parte III – O Abismo

       Percebi que como estudante da área, conhecendo ao menos um pouco de engenharia social, parecia contraditório, pra não dizer sem sentido, que eu também fizesse parte de alguma rede, me deixasse até mesmo levar pelos seus encantos, concordasse com os clássicos termos e condições de uso de muitos dos aplicativos, em que todas as nossas informações pessoais fornecidas são armazenadas e nosso histórico registrado em bancos de dados inclusive públicos. Soava piada. Porque justamente ao tentar dominar a minha experiência eu caí nas armadilhas dos tais algoritmos. Eu fui refém. Eu também caí em ansiedade e falta de autoestima. Só do Facebook eu devo ter saído pelo menos três vezes apenas em 2016. Acabava voltando para continuar com publicações na minha página profissional. No tempo em que fiquei fora da rede me senti mais leve, vivendo de verdade, sem necessidade de postar uma foto pra provar que eu estava me divertindo. Ainda estou nessa rede porque sinto que tenho algo a dizer. Mas sei que um dia saio e não volto mais.


terça-feira, março 28, 2017

Ansiedade - Parte II - A Curiosidade

Parte II – A Curiosidade

       Os estudos relacionados às Teorias da Comunicação me cativaram por completo, junto a isso vem a influência da mídia no comportamento (e na vida) das pessoas. Sejam essas mídias de quaisquer plataformas, internet, telejornalismo, jornalismo impresso, telenovela, cinema, rádio. Empírica que sou comecei a testar minha própria experiência com esses meios, testar o impacto que tinham em mim e de que plataforma provinham. E comparar a minha experiência em cada uma dessas plataformas e, um pouco além, subdividindo a experiência da internet entre todas as possíveis redes sociais de que eu desse conta: Facebook, Twitter, Instagram, Blog, Google Plus, Linkedin, Youtube, Vimeo. (Ainda acrescenta-se à lista Snapchat, Vine, Whatsapp, Messenger, Pinterest, o falecido Orkut, o adorável ICQ – cujo número tenho de memória até hoje, diga-se de passagem).
No meio desse processo de testar minha experiência caí em um embate e recuei: fazer parte do processo ou apenas observar de fora? Até que ponto conseguiria manter os níveis de imparcialidade fazendo uso das redes no meu dia a dia?






domingo, março 19, 2017

Ansiedade - Parte I – O Mal do Século

       O texto a seguir é bem grande. Então vou publicá-lo em etapas porque sei que as informações funcionam melhor se aplicadas à contagotas com o grande público. Porque todos fomos remodelados e condicionados pela mídia atual a só conseguir se concentrar em coisas curtas, com o subterfúgio de que “tempo é dinheiro” e a vida passa muito rápido, então ninguém mais tem “tempo” de sentar calmamente e fazer uma leitura agradável. Temos pressa. Pressa para chegar a lugar algum.


Parte I – O Mal do Século

       Tempos atrás tive a oportunidade de participar de um pequeno debate sobre Mídia e Opinião Pública numa turma do curso de Direito, com duas grandes profissionais que não poderia deixar de admirar, a Diana, jornalista, e minha mãe, jornalista e advogada. Uma das últimas perguntas era mais ou menos a seguinte, “O que as redes sociais vêm causando na vida das pessoas?”, ao que, sem pestanejar, eu respondi “Ansiedade. Nunca se viu tantos jovens com problemas de ansiedade, depressão e falta de autoestima...”. A palavra que quero ressaltar é ANSIEDADE, bem assim, com letras em caixa alta e se possível em neon vermelho piscante. Ansiamos por algo, que simplesmente nunca chega. Ânsia para provar que também somos talentosos nesse mundo tão cheio de pessoas talentosas. Ânsia para provar que também somos lindos tal qual a pessoa famosa que a mídia estende o tapete vermelho. Ânsia para gritar e mostrar ao mundo que existimos - “Hey, EU existo, aqui no meio desses 7 bilhões de outros habitantes desse planeta! Socorro! Olhem pra mim, eu também respiro!”.




domingo, março 12, 2017

Vá estudar!

       Um dia a gente aprende que, ao contrário do que falam, os homens não são de outro planeta, e tampouco são tão difíceis de compreender. Eles buscam o mesmo que as mulheres. Eles também querem ser amados incodicionalmente, querem ser admirados, querem uma grande amiga e companheira. Eles gostam igualmente de uma mulher com senso de humor e que os faça rirem (muitas dizem querer um companheiro que as faça rir, mas será que elas também são capazes de fazer um homem rir?). Eles querem uma mulher inteligente. Esqueçam as ideias de uma menina doce, delicada e indefesa, que precisa de um homem pra salvar sua vida. - Lembrando que estou falando de Homens, não de meninos, ou de machistas, que talvez se agradem muito de uma mulher dependente, pra que ele possa se sentir o machão provedor e, uma vez na vida, superior. 
      Mulher sexy é aquela que se sustenta sozinha, que troca uma lâmpada, que não é ciumenta e é segura de si. O melhor conselho que já recebi até hoje sobre como conquistar alguém: vá estudar.

Ah, sim, e antes que eu me esqueça, um detalhe: atingir a plenitude do amor próprio.

sexta-feira, outubro 28, 2016

Sobre a tal felicidade. E como a mídia destrói você.

       Você é feliz? (…) Quando eu faço essa pergunta à mim mesma não consigo responder outra coisa senão “Sim, sou muito feliz!”. Seria um erro absurdo eu dizer o contrário. Só que às vezes me pego dizendo que estou infeliz. Mas estar infeliz é separado por uma cratera gigantesca de ser infeliz.
E o que é felicidade? Essa coisa que te mostram nas redes sociais? De gente sorrindo, gargalhando, se sentindo bem o tempo todo? Quase uma entorpecência de alegria? Isso só acontece quando se está bêbado e, bem, beber todo dia só vai te fazer doente. Um dia nem uma gota sequer de álcool te faz rir.
     Nos jogam nesse mundo e ditam que precisamos ir em busca da felicidade, mas ninguém nos explica o que ela é, porque ninguém sabe o que ela é. Segundo os preceitos budistas a felicidade como nos mostram é ilusória, é euforia, que nada tem a ver com felicidade real. Euforia não passa de um estado alterado, maníaco quase, onde perdemos inclusive o senso crítico. Felicidade verdadeira é paz de espírito, é serenidade, é passar por um momento de dor sem sofrer, sem chorar além do necessário. O quê? Te disseram que quem é feliz não passa por momentos de dor? Nem por dificuldades? Senta que tenho uma notícia pra te dar: isso aí é um comercial de margarina.
As redes sociais são uma ferramenta de controle social massiva. Nunca se usou tanta manipulação emocional pra vender um produto. Apelam para as tuas memórias mais nostálgicas e doces da infância, de um tempo onde a vida parece um gigante bolo de marshmellow com cerejas no topo. Você quer viver esse mundo mágico de amores, viagens, comidas caras, roupas de grife, família sempre unida, corpo perfeito, cabelo sempre lindo, mas você se frustra porque vem o dia a dia e te estapeia tão forte na cara que você fica tonto. E você acha que nunca vai ser feliz. Sem imaginar que pode ser a pessoa mais sortuda e feliz do momento. E sim, você vai fazer viagens, vai tirar fotos lindas, vai ter momentos de família unida, vai amar, vai ter umas roupas de grife, vai ter um corpo bonito e um cabelo saudável. Mas esses dias bons são alternados com dias ruins. Vai ter crise, vai ter choro, vai ter briga. Vai ter dias bem ruins até o fim da sua vida. Mas sem dias ruins não daríamos tanto valor para os bons.
       Se colocarmos em mente que viemos à essa vida pra aprender lições e crescer com elas então perceberemos que tudo está no seu lugar, está tudo acontecendo exatamente como deveria. Temos um milagre atrás do outro debaixo do nosso nariz, obrigada Universo!


       Quando está chovendo muito, tempo cinza e fechado, nos parece difícil vislumbrar um dia lindo. Parece impossível que ele possa voltar. Mas não é que dez minutos depois a chuva pode cessar, as nuvens se dissipam e o sol ilumina tão radiante como se nunca tivesse saído dali! Pois é isso!


Que todos possam encontrar a felicidade verdadeira, dentro de si!


quarta-feira, outubro 12, 2016

Um texto pra salvar sua vida

       Quando você sonha com algo você acende uma pequena chama dentro de si (lá vem ela com esse papo idiota de sonhos que todo mundo já conhece). E você precisa fazer essa chama crescer e ficar forte. Você precisa ter muita coragem pra levar esse sonho adiante. Porque muitos vão querer apagar sua chama, muitos mesmo. E por um momento ela pode mesmo se apagar. Mas ela vai continuar ali dentro, esperando pra crescer e incendiar você por inteiro. Ela vai te incendiar.

E coragem significa muitas coisas. Coragem é não esperar aprovação de ninguém. Aliás, coragem é quando você decide seguir adiante justamente quando não tem aprovação de ninguém.
Coragem não significa de forma alguma ausência de medo. Apesar dos leões que você tem que matar, você pisa firme porque precisa passar confiança pra quem está ao seu redor. Porque mesmo sem saber onde está pisando você está criando a trilha e conduzindo alguém.
Coragem é quando o terceiro sinal toca, as luzes da ribalta se acendem, você enche o pulmão de ar e pisa no palco, sem enxergar nada na sua frente. E você está com medo. Mas ninguém sabe que você está com medo. Porque você transpira determinação por todos os poros.
Coragem significa você dar vida ao seu talento, seja ele qual for, mesmo. Coragem é largar tudo pra seguir algo que te dizem que não vai trazer retorno financeiro (porque nos dias de hoje tá meio proibido sonhar demais, muita crise né!) mas que você acredita que vai fazer a diferença. Porque chega a te doer fisicamente ser alguém que não pode fazer nada pra melhorar a vida das pessoas. Te dói ser um qualquer. Te dói ser um vendido.

E quando você usa seu talento não significa apenas fazer uma coisa legal que as pessoas vão apreciar. Significa alguém te mandar um e-mail dizendo “por favor não pare nunca de escrever, você salvou minha vida hoje”; ou alguém dizer “nunca deixe de atuar, você é maravilhoso em cena e me fez chorar”; ou “obrigado por ser meu professor, graças à você gosto muito dessa matéria”; significa eu lembrar pra sempre o nome da Professora Maria Cecília e do quanto ela era doce; significa eu subir num palco no fim de uma peça e fazer questão de beijar a mão do ator, em lágrimas, agradecendo por ele fazer o que faz, e que isso motiva muita gente a seguir em frente com seus sonhos; e também significa fazer esse ator chorar, porque talvez ele pudesse pensar em desistir toda semana; significa um advogado doar seu tempo defendendo um assassino porque seu coração diz que ele merece uma defesa decente, porque ele é um ser humano; é você capturar em uma fotografia a essência de um momento que vai ficar pra sempre emoldurada na parede da casa de alguém; significa você retirar um bebê de escombros e depois chorar sem parar à noite, porque aqueles segundos do choro do bebê vão fazer valer todo o risco que você corre na sua carreira todos os dias, até o fim de sua vida. 

Significa você fazer alguém sorrir por qualquer motivo que seja. E salvar a vida de alguém, por qualquer motivo que seja.









À todos que moram no meu coração.

domingo, setembro 04, 2016

Agosto à gosto

       Há uma superstição não muito positiva à respeito do mês de agosto, que dizem ser o mês do desgosto, o mês do “cachorro louco”, o mês das bruxas, ou mês dos desastres. Em verdade todos os anos tenho alguma experiência negativa durante esse período, o que não é exclusividade minha, já que muita gente também afirma, no decorrer dos 200 intermináveis dias do mês. Todo santo ano respiro fundo na iminência de entrada de mês.
     Será uma conjunção interplanetária? Um estranho posicionamento lunar que deixa todos os seres mais sensíveis, irritáveis e suscetíveis à atrapalhos, brigas, confusões e toda sorte de acidentes? Bem, nos primeiros dias do mês, quando me dei por conta que já estávamos em agosto, a primeira frase que veio à minha mente foi “agosto mês do desgosto”, no entanto tentei apagá-la rapidamente da memória e pensar que seria um mês de muito boa sorte, o mês do puro gosto! E além do mais é o mês do aniversário da minha mãe, é um mês especial. E foi. Está sendo. Minha mãe e nossa amiga ganharam uma segunda data de aniversário, 22 de agosto, já que um motorista alcoolizado usando o celular na rodovia fez o favor de acertar o carro em que estavam, enquanto voltavam de uma audiência. E a conclusão disso tudo pra mim é que agosto vai passar a ser o mês da mais pura sorte (e proteção). Agosto é um ótimo mês, até o final da minha vida.


quarta-feira, agosto 03, 2016

10 motivos para não lermos nada intitulado "10 motivos/razões/top10/e-ou assemelhados"


1. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
2. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
3. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
4. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
5. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
6. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
7. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
8. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
9. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
10. Esse tipo de lista limita e induz o seu pensamento
11. Idem ítem anterior
12. Idem ítem 10
13...


segunda-feira, dezembro 14, 2015

Se você se comportar eu te compro bala

Se você se comportar eu te compro bala”

Essa é uma frase muito usada e ouvida no cotidiano, principalmente o infantil, e aposto que passa desapercebida. Mas aos meus ouvidos é agressiva como pedrada, direto na boca do estômago. Ela me apavora, deixa os fios dos meus cabelos eriçados, não sei se mais pela ingenuidade de quem a fala ou pelo significado dela por si só.

Então, depois de ouví-la novamente tempinho atrás, decidi destrinchar a frase e lhe conferir todos os possíveis significados das entrelinhas:

1. Se você não se comportar você é uma criança que não merece bala.
2. Você deve se comportar fazer o que eu considero adequado que você faça para que eu te dê bala.
3. Eu estou comprando seu comportamento com doces.
4. Você também pode tentar me comprar se quiser.
5. As pessoas sempre agem com esse tipo de troca conforme seus interesses.
6. Se ninguém estiver olhando você pode se comportar mal.

A base educacional me parece errada. Compra-se a boa educação de jovens e crianças com favores e presentes. Compra-se suas boas notas. Compra-se seu futuro profissional. Quantas vezes já não ouvimos algum jovem dizendo “se eu passar numa faculdade federal ganho um carro”, às vezes simplesmente “se eu passar na faculdade ganho um carro”. E assim constrói-se adultos que levam sua vida agindo pretensiosamente de acordo com os benefícios e interesses. Adultos capengas que não apenas têm interesses materiais como interesses e fraquezas emocionais. Relacionamentos inteiros construídos à base de necessidades emocionais inconscientes. Pessoas que por problemas sérios de autoestima pisam na autoconfiança de seus parceiros, destruindo-a pouco a pouco, para sentirem-se superiores. E também, de outro lado, pessoas que se deixam ser minadas e rebaixadas, por 'n' motivos, os quais não pretendo detalhar por não ser da minha alçada.

Mas, importante ressaltar, não estou querendo dizer que não deva existir merecimento.  Meu ponto é o de que ele não deve ser confundido com presentes materiais. Merecimento não pode ser comprado. Uma criança vai ter bom comportamento porque ela tem noção 
do que é certo e o que é errado. Porque ela conhece limites. Porque ela recebe uma educação forte e boa o suficiente para não precisar ser comprada com doces. Um jovem que estuda muito e passa num vestibular vai ganhar como presente de merecimento uma vaga na universidade. Nada além de sua obrigação.

E, por amor a tudo que há de mais sagrado e belo no mundo, nunca mais diga à uma criança que ela deve se comportar caso contrário não ganhará presente do Papai Noel.

Então, que tipo de educação você está dando para os seus filhos?








segunda-feira, maio 25, 2015

Oração

       Entrei na igreja e orei baixinho. Sussurrando disse à Deus que estava triste, mas sem medo. Pedi-lhe que aliviasse o meu coração. E que, acaso eu caísse, Anjos retirassem o meu corpo do campo de batalha. Enxuguei as lágrimas e parti. Não olhei para trás.


terça-feira, janeiro 06, 2015

A Primeira Postagem do Ano

       É tempo do rio que corre. Levando das margens todo o lixo acumulado, todas as coisas que já não servem e apenas ocupam espaço. Tudo o que tem firmeza suficiente para se manter preso à margem há de permanecer. O que está solto há de correr solto, até desaguar no mar. Como tem que ser. 

E assim será.



domingo, dezembro 28, 2014

Ato 374

       Podiam nunca ter me contado a forma como ele se foi, debatendo-se até a morte, agonizando aos uivos. Eu era apenas uma criança. Aquilo me machucou tanto. Podiam ter me dito que ele se foi sem dor, apenas dormindo. Eu poderia ter sido poupada.


domingo, novembro 30, 2014

Qual a missão da sua vida?

       Semanas atrás escrevi sobre executar algo que faça nossa alma vibrar, que é o que faz com que nossas vidas ganhem sentido real e completo. 



A diferença entre pensar que você está apenas carregando pedras e pensar que você está erguendo uma catedral pode ser o que te impulsione a crescer, pode ser até o detalhe que salve a sua vida. E a grande pergunta que segue e que muitos, incluindo completamente a mim, têm dúvidas, ou demoram a descobrir, ou aceitar: QUAL A MISSÃO DA SUA VIDA? 

Sabe aquilo que te arrepia? Um som, uma palavra, um gesto, uma atitude, uma história, uma frase, um cheiro, um sabor... não importa, mas esse arrepio é a sua Alma te dizendo: "Estou vibrando por completo, siga em frente, você está no caminho certo". 
E se for algo que além de te arrepiar te faz chorar? Um choro de pura alegria, contemplação, alívio... é o ponto nevrálgico, aquele que estava esquecido em você, que você por alguma razão deixou adormecer, por medo ou por se perder na correria do dia a dia. Pode não ser a resposta mais clara, mas é algo apontando para o caminho da sua essência. E quer algo mais belo nessa vida que cuidar de nossa própria essência? Alimentá-la e fazê-la desenvolver seu potencial, como um filho a quem estimamos e, se necessário, daríamos a vida por ele.

Me arrepio cantando, me arrepio e choro vendo uma cena qualquer em que os médicos fazem um coração voltar a bater. Já chorei quando uma senhora me escreveu contando que eu nunca posso parar de escrever, porque ela lê meus textos e eles fazem a diferença na vida dela. Choro quando ouço o "Creio em Deus Pai" em coro, todas aquelas vozes ecoando numa só oração. Choro quando os aplausos não terminam nunca no final de uma peça (e nessa hora eu apenas coloco a mão no peito e olho para cima). Chorei ontem ao ficar debaixo de uma árvore e sentir que caíam pingos de orvalho de suas folhas em mim. E estou chorando agora.

quarta-feira, setembro 24, 2014

A Igreja

     Tem uma igreja no centro da cidade camuflada entre sobrados residenciais. Sua cor é de um rosa desbotado, ajudando ainda mais na sua discrição. Mas do lado de dentro o teto é muito alto e provoca uma acústica que, combinada com o piso de pedra, faz tudo ecoar de forma grandiosa. Dona Bilola gosta de colocar sapatos de salto para ir na igreja, porque se sente poderosa de alguma estranha forma quando ouve o som que seus passos produzem. Dona Elena pensa nisso como um desrespeito à sagrada casa de Deus, preferindo o total silêncio de suas solas baixas. Já o Padre Ermírio sente uma satisfação enorme ao ouvir o zunido das vozes dos fieis aumentado pela acústica peculiar. Foi por isso mesmo que decidiu formar um coral de crianças, para deleite de seus ouvidos – e das carolas.
     Mas é durante a noite que a igrejinha ganha seu tom mais peculiar e sombrio. O padre, que mora na casinha dos fundos, se pela de medo de ter de pisar na nave sagrada depois das 22:00. As estátuas de santos ganham tamanhos inimagináveis nas sombras formadas pela luz alaranjada dos postes que entra pelos vitrais pequenos e verticais. Dona Aracy, da limpeza, teria muito medo só de imaginar-se dentro da igreja durante a noite. Mas ama ouvir o som dos passarinhos ecoando pelas paredes do lugar de manhã cedinho.

     De dia ela é sagrada e de noite mal assombrada!

segunda-feira, agosto 25, 2014

Tempo

       Abri a agenda e por mais que eu procurasse não encontrava a data de hoje. Folheava pra frente e pra trás e nenhuma data se fixava em mim, na minha cabeça pareciam números aleatórios, eu sequer sabia que dia era hoje. Devo ter passado pela folha correspondente, inclusive, umas duas vezes. Mas passou batido. Escolhi uma folha qualquer e fiz minha anotação. O tempo, há tempos, se tornou vago para mim. Mas agora está mais pronunciada a diacronia da minha vida. E todos os filmes que tenho visto, ou leituras de estudo, me remetem de alguma forma ao conceito filosófico do tempo. E de como ele não é real.



segunda-feira, agosto 18, 2014

Em Sexta Feira

       Há um pequeno vilarejo chamado Sexta Feira. É um vilarejo de esperanças, como quando você se sente saindo do trabalho no final do dia sabendo que vai encontrar-se com os amigos num bar e jogar conversa fora. Essa é a sensação para os adultos. Para as crianças é quando você está vendo o moço do carrinho de algodão doce preparando um algodão doce pra você na hora, isso porque você queria da cor verde, mas ele só tinha azul e branco (branco é o que menos sai) então ele se prontificou a fazer um naquele instante pra você! Tem aquela ansiedade de ver o moço enrolando passo a passo aqueles fios de puro açúcar ao redor do palito e torcer para que ele faça um maior só pra você. Ou quando você está escolhendo os sabores do seu sorvete e a moça está fazendo as bolinhas e colocando na casquinha. É a ansiedade mais gostosa do mundo! É assim que se sentem os moradores de Sexta Feira! 


sexta-feira, junho 06, 2014

É esse querer deixar tudo sob um falso controle


       É essa minha mania-necessidade-obsessão por tentar colocar todas as coisas no lugar. Essa coisa de tentar classificar tudo, de dar a cada coisinha o seu devido nome, a cada pasta o seu devido lugar, e a cada coisa dentro da pasta o seu devido ordenamento. É essa alma inquieta, que nunca vai ter sossego.


Estamos (leia-se EU) sempre buscando uma sensação de organização em nossas vidas. Colocando caixas no lugar, jogando coisas velhas fora, selecionando, discriminando, separando por cor, conteúdo, tipo, prioridade. Mas nunca, sob hipótese alguma conseguimos de fato por as coisas em ordem. Pelo menos não eu. É uma falsa sensação de ordem, pra nos dar um pouquinho de falsa sensação de paz, falsa sensação de controle. Ordeno afazeres diários por tópicos, crio documentos com brainstormings que talvez nunca venham a ser usados, mas estão lá, pra me dar a falsa sensação de esvaziamento da mente. Pra eu pensar que dessa forma nunca vou enlouquecer com o tamanho do fluxo de ideias na minha mente. E eu crio backups, e backup dos backups. Não quero perder uma só informação. Essa possibilidade me aterroriza. E a agenda? A do celular precisa estar milimetricamente atualizada. E, é claro, passo os dias remanejando coisinhas que ficaram pra trás. E talvez fiquem sempre pra trás. Porque talvez nada disso interesse de verdade.  

É esse meu medo de perder o controle.